publicado em 19 de janeiro de 2016
por Júnior Ribeiro
UMA BOA PARTE DA EMOÇÃO de um campeonato é a disputa entre os Construtores. Não apenas pela partilha dos lucros derivada quase que diretamente do posicionamento das equipes no fim do ano, mas pela empatia que os torcedores criam com algumas delas. Por exemplo, os “tiffosi”, torcedores (DE VERDADE, que entendem, brigam e amam) da Ferrari, que, especialmente no Grande Prêmio de Monza, dão um show de emoção e de torcida, uma torcida tão forte que emociona pilotos e telespectadores.
São quase 60 anos de Mundial de Construtores (1958) e apenas 15 equipes figuraram no topo dessa lista, algumas surgiram fazendo história, outras aos poucos deixaram o Grid. Uma coisa é fato, esse é um esporte de excelência e de gastos exorbitantes, cuja briga, até mesmo hoje, pode mudar por mínimos acertos de engenharia. Se a Fórmula 1 não é um esporte para qualquer um, com certeza não é qualquer um que alcança o topo.
CAMPEÃS
Nacionalidade: britânica
Permanência: 1954 – 1960
Título: 1958
A equipe, fundada por Tony Vanderwell (1898-1967), começou a despontar em sua 4ª temporada, em 1957, fazendo com que Stirling Moss (1929) alcançasse o terceiro vice-campeonato de sua carreira (tinha conquistado um pela Mercedes (1955) e um pela Maserati (1956)). Em 1958, no entanto, a equipe conseguiu ser a primeira campeã do Mundial de Construtores, com 48 pontos, tendo esse brilho ofuscado pela morte de Stuart Lewis-Evans (1930 – 1958) no GP do Marrocos daquele ano.
Nacionalidade: britânica
Permanência: 1951 – 1977
Título: 1962
Iniciou suas atividades em 1951, no Grande Prêmio da Inglaterra, alcançando a primeira pole e a primeira vitória em 1959, no GP da Holanda. A última, de suas 17 vitórias, foi no GP de Mônaco em 1972. Seu único título foi conquistado em 1962, tendo Graham Hill (1929 – 1975), campeão desse ano, como piloto.
Nacionalidade: francesa
Permanência: 1967- 1972
Título: 1969
Motivada pelo sucesso das técnicas vindas da aeronáutica nas categorias de fórmula, a Matra (empresa especializada no ramo), chefiado par Jean Luc Legardére, decidiu aventurar-se nas Fórmulas, ao que seu desenvolvimento de chassis se mostrou altamente competitivo. Ao todo foram 9 vitórias, sendo a última no GP da Itália de 1969, ano em que conquistou o Mundial de Pilotos e Jackie Stewart se tornou campeão pela primeira vez.
Nacionalidade: britânica
Permanência: 1970 – 1998
Título: 1971
Fundada por Ken Tyrrell (1924 – 2001), iniciou suas atividades após a quebra de acordo com a Matra. Embora tenha conquistado um título em sua 2ª temporada, não conseguiu manter os resultados positivos, especialmente após a aposentadoria Jackie Stewart em 1973. Conquistou 23 vitórias em sua passagem pela Fórmula 1, sendo a última em 1983 no GP dos Estados Unidos. 1993 foi sua pior temporada, contando com Andrea De Cesaris e Ukyo Katayama e motores Yamaha, a equipe não marcou nenhum ponto e permaneceu na penúltima posição.
Informação Adicional: Após 1998 a fábrica mudou de nome e propriedade várias vezes, sendo BAR (British American Racing), passando posteriormente ao controle da Honda. A Honda então, devido a Crise Internacional, abandona o projeto e Ross Brawn assume a equipe em 2009, formando a Brawn GP. A partir de 2010 a equipe, sob controle da Mercedes, passa a ser a Mercedes GP (atual Bicampeã da Fórmula 1).
Nacionalidade: italiana/ britânica
Permanência: 1986 – 2001
Título: 1995
Em 1986, a Benetton, empresa italiana de moda, adquiriu a Toleman, equipe que anteriormente patrocinava. Venceu já na temporada de estreia com Gerhard Berger. Passaram pela equipe grandes nomes como Nelson Piquet, Michael Schumacher, Jean Alesi, Jos Verstappen, Riccardo Patrese, Giancarlo Fisichella, Fernando Alonso e Jenson Button. Michael Schumacher permaneceu no time de 1991 a 1995, tendo sido campeão em 1994 e 1995, ano do único título da Benetton.
Informação Adicional: Em 2002, após um já mencionado anuncio de compra por parte da Renault, a equipe passa a seu controle até o final de 2010, quando o Grupo Lotus adquiriu a equipe, até ser readquirida pela Renault ao final de 2015.
Nacionalidade: britânica
Permanência: 2009
Título: 2009
Tendo adquirido a fábrica da Honda F1, que havia sofrido um forte golpe da crise econômica internacional, Ross Brawn formou a Brawn GP. A equipe teve um dos melhores, senão o melhor, início de temporada da história da categoria. Exerceu grande vantagem na primeira metade do campeonato e só foi batido pela Red Bull na metade final, sendo que o Mundial de Construtores já estava garantido para a Brawn. Ao final do incrível ano foi adquirida pela Mercedes. Correram pela equipe Jenson Button (Campeão) e Rubens Barrichello (3º Colocado).
E A PRATA DA CASA
Escuderia Fittipaldi
Nacionalidade: Brasileira
Permanência: 1975 – 1982
Embora não tenha conquistado nenhum Mundial de Construtores, embora não tenha feito nenhum de seus pilotos conquistarem o Mundial enquanto corria por ela a Escuderia Fittipaldi, única equipe brasileira a participar da categoria máxima do automobilismo, também marcou história.
Wilson Fittipaldi Jr – Nasceu no dia 25 de dezembro de 1943, em São Paulo. Filho do radialista Wilson Fittipaldi, competiu na F1 pela Brabham em 1972 e 73, conquistando 3 pontos e um 16º lugar nesse segundo ano. Desejava montar a primeira equipe Sulamericana na categoria máxima do automobilismo, feito conquistado em 1975.
Ricardo Divila – Nasceu no dia 30 de maio de 1945, em São Paulo. Formado em engenharia aeronáutica (Faculdade de Engenharia Industrial – FEI), foi o responsável pelo projeto da escuderia e era o diretor técnico da mesma.
Emerson Fittipaldi – Nasceu no dia 12 de dezembro de 1946, em São Paulo. Filho do radialista Wilson Fittipaldi e irmão de Wilson Fittipaldi Jr, tornou-se campeão mais jovem da Fórmula 1 em 1972, quando corria pela Lotus. Em 1974, correndo pela McLaren tornou-se bicampeão mundial e vice-campeão no ano seguinte. No entanto, envolvido com o projeto da primeira (única) escuderia brasileira passou a correr por essa em 1976.
Outros nomes
Também correram pela equipe: Arturo Merzario, Ingo Hoffmann, Alex Dias Ribeiro, Keke Rosberg (Campeão em 1982 pela Williams) e Chico Serra.
Números, Datas e Outros
Estreou no GP da Argentina de 1975
122 Corridas
7º Lugar – Melhor posição conquistada no Mundial de Construtores (1978)
2º Lugar – Melhor posição conquistada em uma corrida (GP Brasil de 1978)
1982 – Encerrou suas atividades no GP de Las Vegas
Informação Adicional
Embora tenha sido muito desacreditada pela imprensa, a equipe conquistou feitos incríveis, superando, vez ou outra, times como Arrows, Ferrari, McLaren e Williams. Teve trabalhando consigo nomes como Adrian Newey e Jo Ramirez. Sendo assim, mesmo não sendo uma campeã, ela merece o destaque daquelas que fazem história.